Há pessoas que não envelhecem. Artistas, por exemplo. Fazem da arte sua recriação permanente no tempo. Chico Buarque é uma dessas pessoas. Mesmo vivas, algumas já são imortais em suas letras, em seus versos, em seus livros, em sua postura política. Pensar em Chico Buarque me remete à escola e à necessidade de sua obra estar inserida nos currículos, para o aprendizado da Língua, para a percepção da sensibilidade, dos sentimentos.
Estudar a obra de Chico Buarque pode ajudar as novas gerações na compreensão do mundo feminino, no mundo do trabalho, nas características de se ser brasileiro malandro, ser prostituta, ser marginalizado. A presença de Chico Buarque na escola abre janelas para apreciar o belo construído pelas palavras, as imagens traçadas pelas rimas, os conceitos detalhados e ocultados nos versos. Pode-se captar os movimentos históricos do Brasil por meio da cronologia de suas letras. Contextos que vão muito além do Leblon, Rio de Janeiro. Há, na obra de Chico, o exercício de reflexão acerca das marcas de luta cotidiana, dos embates de quem não pode dizer, os sentimentos dos amores perdidos, da toadas inacabadas. Há bolero, há blues, há e muito, Música Brasileira! Ouvir, apreciar, analisar suas músicas e composições, será sempre um aprendizado múltiplo. Ler seus livros, discuti-los, também, pode ampliar sentidos de mundo.
Pelo currículo, pela possibilidade de ensinar e aprender Chico Buarque na escola, pode-se garantir a compreensão da construção de nossas identidades, tão plurais e tão profundamente significadas. Enriquece o currículo, alarga os sentidos, produz encantamento, eterniza a grandeza de um artista!