O cotidiano escolar tem seu ritmo, seus rituais diários que vão configurando sobreposições de momentos, intervalos, aulas, recreios, deslocamentos, inserções em mundos de conhecimento, em quintais de descobertas. Fazer deste cotidiano na escola, momentos de encantamento, construindo significados que permitam o sentimento de pertencer a um grupo, a uma comunidade de aprendizes, de sujeitos do mundo. Dias perfeitos porque convidam ao olhar, à escuta, ao encantamento de um espaço que, aos poucos, vai sendo habitado, feito acolhida e segurança. Eis o cotidiano escolar que flagra o identificável, que faz a escola ser uma escola, provocando a sacralidade do aprender, a graça do conviver, o desafio de saber.
Dias perfeitos no cotidiano escolar traduz a possibilidade de se reconhecer naquele lugar, se permitindo ser o que se é, sem ruídos de preconceitos, sem indiferença e sem a morte do olhar. Dias perfeitos na escola regados pelo diálogo, animados pela delicadeza da arte de contar e ler histórias, de apreciar o ordinário do pátio, das carteiras, das janelas que iluminam o olhar.
Dias perfeitos que podem ser modificados em acontecências outras e que serão, de alguma maneira, revistos, descobertos e ressignificados. Como movimento de reconhecer o inédito, preservando o chão que permite novos e diferentes saberes. Um cotidiano que torna sólida a busca, a indagação, o flagrante de novidades.
Cotidiano escolar como ponto de chegada e partida de significados e de afetos. Dias que podem ser perfeitos.
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