Definitivamente, os dias não são todos iguais! Os detalhes das horas fazem do cotidiano, um dia diferente. Uma visita inesperada, um encontro prazeroso na calçada, algo engraçado que se transforma em assunto na conversa de mesa.
Definitivamente, os dias não são todos iguais! A segunda-feira parece abrir a semana, elencando os fazeres dos outros dias. Nas terças há a realização de parte daquela agenda aberta (ou pensada) no dia anterior). Há algum respiro na quarta-feira, marcando parte-meia da semana que ainda percorre o calendário. Quinta-feira, notícias que abalam certezas ou reforçam as incertezas, variando as temáticas de tantas prosas. E chega a sexta, trazendo expectativa de fim de semana, com o balanço do que se fez e do que se deixou de fazer nos dias anteriores. Sábado, ah, porque é sábado, faxina, cortinas arriadas, tapetes lavados ou simplesmente passear na praça. Domingo, preguiça que se instala, variando não-fazeres entre filmes e churrascos, macarronada com sabor de prece e silêncio.
Definitivamente, os dias não são todos iguais! De repente, o dia da preguiça pode sair do domingo e percorrer uma segunda-feira chuvosa. O sábado pode se deslocar para uma quinta-feira e a sexta, de vez em quando, se instala na quarta-feira. Aí, o cotidiano é tão somente a possibilidade do surpreendente, do inesperado. Nem ela, da música de Chico Buarque, que ele diz que faz tudo sempre igual, acordando às 6h da manhã, também pode esticar o tempo de dormir e pode acordar sem sorriso. Porque os dias mudam e, porque mudam, exigem da gente, algum tipo de mudança. É aí que “descotidianizamos” este cotidiano. E viver, torna-se desafio, busca, aprendizado. É a vida mesma, em sua imensidão.